POR QUE O SISTEMA ANTIGO DE HANDICAP NÃO ERA JUSTO

Para entender porque o Sistema de Handicap antigo não era justo, vamos analisar 2 campos hipotéticos, de diferentes dificuldades, mas com mesmo COURSE RATING, isto é, com o mesmo comprimento total (450 jds) no conceito antigo. Para simplificar a análise, vamos considerar 1 buraco apenas e generalizar para o campo todo.

Campo A

Neste campo A (buraco) vemos que a área de aterrissagem do drive de um jogador Bogey é aterrorizante: na altura das 200 jardas existem fairway estreito, bunker, rough espesso, árvores densas, linha OB próxima. Ainda, na saída do tee, temos um lago que assusta qualquer Bogey golfer, que tende a forçar a tacada e acaba "se molhando". O segundo tiro do jogador Bogey certamente será um lay up, pois ele não tem segurança de atingir o green e, com toda razão, teme o córrego na entrada. (ok, eu exagerei um pouco, mas tudo em nome da clareza).

Agora, vejamos o campo B:

Campo B

campo B: Mesmo comprimento total, portanto, mesmo COURSE RATING, mas sem os assustadores obstáculos do campo A.

1ª situação: Handicaps iguais, competências diferentes

Imaginem 2 jogadores Bogeys hipotéticos, André, com HCP=20, tirado no campo A, e Bernardo, também com HCP 20, tirado no campo B.

Agora, imaginem que ambos vão disputar um torneio no campo A. Antes de começar o jogo, já sabemos que Bernardo vai perder, pois 20 é um HCP justo para Bernardo em campos mais fáceis como o B, mas não é justo em campos mais desafiadores como o A. Ou seja, HCP de Bernardo deveria ser maior no campo A.

Outra maneira de ver a mesma coisa:

Se Bernardo tivesse tirado seu HCP no campo A seu HCP certamente seria maior. Analogamente, houvesse André formado seu HCP no campo B, ou em outros campos fáceis, seu HCP eventualmente poderia seria menor.

Estudos mostraram que essas discrepâncias no HCP de um jogador Bogey podem chegar até 12, para maior ou para menor. As competições, portanto, ficam injustas devido a essas diferenças.

2ª situação: Obstáculos de Bogey Player e obstáculos de Scratch Player:

Imaginem as 2 configurações do campo abaixo, que diferem apenas na posição do cross-bunker (adiantado em 50 jardas), do córrego na entrada do green e do lago na saída do tee (ambas com o mesmo comprimento total, portanto, com o mesmo Course Rating):

Configuração A
Configuração B

Ora, na Configuração A, o lago do tee e o córrego no green não representam problemas para um Scratch, já que o lago é apenas psicológico. O córrego está antes do seu 2o. tiro. Além disso, a área de aterrissagem do seu drive (250 jd) está livre de problemas.

Entretanto, para um jogador Bogey, a Configuração A é terrível: lago assustador no tee, bunker e árvores próximas da sua área de aterrissagem de drive e córrego na sua área de aterrisagem do 2o. tiro.

Já a Configuração B, com bunker e árvores adiantadas, muda completamente a situação: para o jogador Bogey, o bunker não entra em jogo, pois está além da sua área de aterrissagem. O lago e o córrego sumiram. Entretanto, para um Scratch player, a coisa se complicou, pois vai ter que reduzir o seu 1° tiro (madeira 3 ?), fazendo um lay up e o seu 2° tiro não vai mais chegar no green. Mais strokes serão gastos.

CONCLUSÕES:

  1. O sistema atual de Handicap se torna injusto, favorável ou desfavoravelmente, quando um jogador vai disputar em campos não jogados durante a formação do seu handicap.

  2. Obstáculos para jogadores Bogey nem sempre representam obstáculos para um jogador Scratch.

  3. Obstáculos para jogadores Scratch nem sempre representam obstáculos para um jogador Bogey.

    Com isso, estamos agora aptos a entender como o novo sistema enxerga as dificuldades dos campos e que tipo de jogador sofre mais suas influências.

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